Elas por elas

Elas por Elas fotoCacciatore

ESPETÁCULO ELAS POR ELAS , A FORÇA DAS MULHERES CRIADORAS

São cinco mulheres fortes, talentosas e representativas no mesmo palco: Carol Voigt, Dandara Manoela, Iara Germer, Jana Gularte e Tatiana Cobbett. Inspiradas na sonoridade das cantorias populares, a exemplo dos cânticos das lavadeiras e Terno de Reis, elas apresentam músicas autorais com um traço em comum: o universo feminino. Apresentado já no mais importante palco catarinense, o Teatro do CIC, as cri­adoras de Elas por Elas buscam agora espaço em out­ros territórios, certas de que nos dias de hoje, mais do que nunca, é preciso cantar a mulher brasileira.

Arranjos, produção e direção artística foram feitos de forma coletiva, com o respaldo dos compositores e in­strumentistas Larissa Galvão na flauta, Fabio Mello, flauta e saxofone, Luis Gama na percussão, Pedro Loch no violão e Rafael Calegari no contrabaixo.

No repertório estão músicas autorais dessas cantoras e compositoras como “Woman’s Blues”, de Tatiana Cob­bett, que ao final faz um pedido “Aceitem a mulher que sou”. As letras passeiam pelas mais variadas temáticas dos feminismos, como a liberação sexual, a igualdade racial e o direito de viver sem violência e decidir sobre o próprio corpo.

“O potencial do espetáculo, que evoca o vigor de um co­letivo com ênfase na diversidade de estilos, alerta para assuntos do universo feminino e chama atenção para a produção autoral e para o movimento das mulheres com­positoras”, explica Tatiana Cobbett.

COLETIVO E DIVERSO

Não só o formato de canto é coletivo, como também todo o processo de construção do espetáculo, como a escolha das músicas e criação dos arranjos. Algumas dessas cantoras que sobem ao palco já se conheciam, mas foi a partir do movi­mento gerado pelo Sonora Ciclo Internacional de Compositoras – mostra por visibilidade das mulheres na música autoral em 2016 – que as afinidades afloraram para essa troca conjunta.

Elas por Elas reforça as qualidades desse movimento que se constituiu pela pluralidade, inclusão, representatividade e valorização dos saberes. “O Sonora fez valorar parcerias próximas e construir novas. O show é marcado pela diversi­dade de gênero, étnica e geracional. Não levantamos bandeiras, somos a própria bandeira”, afirma a cantora Tatiana Cobbett.